quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Baseados em fato real


Passo na estrada. E pela janela com algumas toalhas me transporto para fora. Vejo-me num quadro, mergulho nele. As cores são verde e amarelo claro, das arvores, morros e folhas secas no chão.


Vou correndo embebida nas tintas, elas não me sujam. Pulo de morro em morro, com um sorriso atravessando o rosto. Não caio, faço parte agora dessa paisagem. Muda de cor, agora tem o azul do céu, e o branco das nuvens. Rolo cambalhota na ladeira abaixo, numa curva pego um guarda-chuva.


Volto para cima, agora me balanço nos galhos. Pego um pouco da tinta da outra árvore e pinto o céu, bem alto. Escrevo meu nome, Linnesh. Estava lá, de lilás! Uma nuvem me deixa devagar ate o solo, como em todo movimento, passo pela pintura que se molda a mim, me fazendo parte de todo o pedaço.


Sinto o vento no rosto, e ele não me modifica, só o sinto e saio correndo de olhos fechados e braços abertos... minhas mãos experimentam o frio das tintas. Sinto uma enorme liberdade. Quando saltava com a ponta dos pés, meu nariz tocava o céu. Passo entre arvores sem me machucar, ou elas saírem do lugar.


Vou parando de correr, abro os olhos, o sorriso continua no rosto. A tinta já secou e eu sou apenas peça móvel do quadro. Ao chegar na pista que passa, fecho os olhos e caminho de volta ao ônibus. Na janela, durmo. Durmo. Durmo. Foi a melhor sensação de liberdade que já senti.


“Stand by me, nobody knows...”