Belém, 02 de novembro de 2008
Coloquei a data por que provavelmente não postarei isso na dia, e também por servir de lembrança da expectativa que este dia (hoje às 01:20h) me causou.
Anciosa. Quero logo que o sol arranhe o céu e o toque do meu celular invada meu sonho dasarrumando meus ouvidos, não como todas as manhãs às 6:30h mas, com outro som e com alguém do outro lado querendo me acordar.
Parece um encontro de amor, e não deixa de ser. Mas talvez pelo fato de amanhã ser dia de finados, ajude um pouco a entender que encontro é este. A pessoa do outro lado me ligando e acordando no domingo ensolarado é meu irmão, o Abel.
Só para melhorar a compreensão, ele é tão irmão (apesar de não termos saído da mesma mãe, ou nos primórdios se esconder no mesmo homem) que há coisas que as vezes não conto por que ele vai "brigar". É, ele acaba descobrindo e me puxando a orelha de qualquer forma, mas triste por eu não ter contado antes. Isso já rendeu aprendizados para mim...
Pois bem, amanhã (mais tarde) ele me acordará e, topando minha idéia, vamos procurar outro cara...O Marcelo Lacerda, que deveria ter completado seus vinte e tantos anos em julho, após o dia dos namorados, mas que completou quatro anos de partida em agosto. Esse é o grande encontro. Vamos atráz de um grande amigo que nesses anos todos não sabemos em que terras foi parar.
Por que a expectativa? Primeiro para pagar uma dívida, uma dívida cruel dessa visita, dessas flores, dessas lágrimas em cima da lápide. Segundo, por que acho que só assim não imaginarei nessa minha cabeça grande, que ele está em algum interior escondido e, como no sonho aparecerá tocando a campainha de casa com sua filha no colo...Tá na hora de cair na real! ACORDAR! Nem que para isto seja necessário mais algumas horas de choro derramando alguns litros pelos olhos.
E é ele, o Abel, o meu anjo que estará comigo neste momento. Penso em um personagem, o Jefrey, que ao contar a notícia para a "irmã" nossa, de tão árido foi para o quintal fumar. Me lembro que eu quis naquele momento colocar um na boca também, parecia aliviar a dor, mas eu tive vergonha dele e do Marcelo. Acho que não ficaria tão feliz em saber que eu tinha feito isso por "culpa" dele. É. Tola.
Espero de fato bater um papo sincero com ele amanhã. Não estarei de óculos escuros nem roupas pretas como nas novelas, só as companhias necessárias para o momento. Entre nós, já nos despimos várias vezes, e apesar de toda a roupa, sabemos o que há por baixo no mais íntimo. Amigos, vai entender...
Queria sonhar com ele agora, mas acho que dormirei direto. De qualquer forma esta é só uma maneira de relembrar quem já se foi e de saudar a todas e todos que sabem de que dor e, de que encontro eu farei no dia 02 de fevereiro de 2008.
Saudações.
A vida continua...